A empresária Deborah Kovari é a idealizadora de uma marca de jóias que leva o seu nome e que foi criada com o intuito de fazer um trabalho totalmente personalizado. As peças “Deborah Kovari Joias” possuem um design autêntico e moderno. E, além de produzir joias exclusivas, a marca também trabalha com restauração (carro-chefe da joalheria).
Kovari sempre foi apaixonada por joias, mas o seu sonho, inicialmente, era fazer calçados. Seu interesse em abrir uma joalheria surgiu através da indicação de um amigo que fazia joias para ela, a partir disso, Deborah começou a “pegar gosto pela coisa” e foi fazendo produções menores. A princípio, a sua intenção era trabalhar apenas com transformações de joias – por acreditar muito na busca por renovação de energias e por ser mais sustentável também. No entanto, a empresa começou a crescer e teve uma alta demanda por peças de pronta entrega.
Para Deborah, os cristais sempre possuíram uma função espiritual e mística na história da humanidade. Por isso, ela traz em suas peças uma perspectiva voltada para a evolução humana e espiritual, “tento trazer todos os meus aprendizados nas coleções conceituais. Então as joias são resultado de vários estudos, inspirações, sentimentos. E acho incrível que sempre quem compra as peças das coleções conceituais, está alinhada à essa busca também”, revela.
Quanto ao propósito da restauração de uma joia e como acontece esse processo, ela explicou que: “Normalmente as pessoas querem renovar energias, ou repaginar, modernizar as peças para usarem mais. Primeiro fazemos uma avaliação, uma reunião de briefing para entender o estilo e o desejo de cada um. E a partir dali, criamos ideias, compartilhamos referências. E chegamos no projeto final junto com o cliente. Acaba sendo de fato uma extensão da história daquela pessoa”, explica. Na maioria das vezes as joias que precisam passar por esse processo são heranças e presentes de avós, ou de antepassados que foram passando dos pais para os filhos. Existem casos também de pessoas com peças de ciclos finalizados, como um casamento, uma amizade ou uma relação familiar. E que buscam dar outro sentido naquela peça.
As coleções da marca são anuais, e sempre acontecem próximo do aniversário da empresa (meados de outubro). Até o momento já foram lançadas quatro coleções. E a próxima fica pronta em outubro, “acredito que é a coleção mais profunda que já fiz! Veio de um processo intenso de auto conhecimento, trazido por essa pandemia. Por essa curiosidade que herdei do meu pai sobre o que somos, do que fazemos parte, qual nossa missão aqui, qual a função da matéria, do etérico. A coleção vai trazer um conceito pouco conhecido, pouco abordado publicamente, e que foi muito difícil mesmo de encontrar dados, referências. Estudei formações das moléculas, das células, até um espelhamento dessas formações com as do universo. E chega um ponto em que as informações cessam. Mas conseguimos achar caminhos interessantes e a coleção nasceu. Agora já estamos em produção para que ela chegue para o público em outubro”.
A fonte de inspiração para Deborah Kovari criar joias surgiu de um processo de despedida do seu pai, José Roberto, que faleceu de câncer, mas de quem ela herdou um grande talento – retratar a beleza das joias através do desenho. Desde então, Deborah busca trazer as suas experiências pessoais e espirituais para as coleções:
“Meu pai sempre desenhou muito bem. Além disso, era muito curioso com assuntos de espiritualidade e misticismo, e muito culto, muito inteligente. A despedida dele foi bastante difícil porque estávamos em uma conexão forte de pai e filha. E sabendo que ele iria partir, trabalhei isso em terapias, e criei a coleção Gênesis. Que remete à criação do mundo, ao criador, ao ‘pai’. Ele se animou, me ajudou a desenhar e a pensar em algumas coisas. A mão dele já estava muito trêmula, mas eu conseguia entender as ideias dele, e então, muitas das peças daquela coleção, ele que elaborou. Infelizmente ele se foi antes de ver o lançamento, mas a coleção foi um sucesso! A vida acabou levando meu pai para um lado profissional diferente do que ele queria – como eu disse, ele tinha ótimos dons artísticos. Então, sei que o sucesso dessa coleção, desse lado artístico dele, deve tê-lo deixado muito feliz, mesmo que ele não estivesse mais nesse plano para ver”.