A potiguar Ledycnarf Holanda, natural de Mossoró, distante cerca de 280 quilômetros de Natal, está vivendo exatamente o que sonhou há anos. Recentemente, ela foi aprovada como bolsista de pós-doutorado na Holland Bloorview da University of Toronto, no Canadá. A fisioterapeuta irá atuar com o professor doutor Tom Chau, um dos maiores nomes da Engenharia Biomédica, e já se prepara para dar mais um importante passo na sua vida como entusiasta da pesquisa científica.
As atividades de pesquisa estão relacionadas à interface cérebro-máquina e dispositivos robóticos para reabilitação de marcha de crianças com paralisia cerebral. “Espero contribuir com o desenvolvimento de novas tecnologias para saúde”, afirma Ledy.
O desejo pela pesquisa científica começou quando ela ainda era aluna do Ensino Médio em Mossoró. “Costumo dizer que eu sempre sonhei em ser pesquisadora e fazer mestrado e doutorado”, diz. Incentivada pelos professores no Ensino Médio, desenvolveu junto com os colegas um bafômetro e a quantificação do grau de poluição do Rio Apodi-Mossoró, que chegou a ser premiado no 47º Congresso Brasileiro de Química.
Com a semente plantada, Ledy chegou à graduação de Fisioterapia na Universidade Potiguar (UnP) já com a ideia fixa de investir na carreira acadêmica e sempre que possível, participava de eventos científicos e realizava publicações dentro da área relacionada à saúde de pessoas com doenças neurológicas, cardiorrespiratórias ou uroginecológicas.
Logo, veio a especialização em Fisioterapia Traumato-Ortopédia e Desportiva com Ênfase em Terapia Manual, chancelada pela Faculdade de Ciências de Wenceslau Braz, no Paraná, e posteriormente, a pesquisa se aprofundou e novas oportunidades foram surgindo. Através de uma seleção, participou de um projeto de pesquisa de Doutorado em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Neste período, aprendi sobre artigos de revisão, dispositivos robóticos, suspensão de peso corporal, eletromiografia de superfície e processamento de sinais, que são minhas grandes paixões dentro da pesquisa”, justifica.
Segundo ela, as oportunidades foram um divisor de águas na sua carreira profissional. “Eu descobri novas paixões e novos conhecimentos que eu gostaria de aprender cada vez mais para me tornar uma fisioterapeuta, professora e pesquisadora em constante formação”, comemora a pesquisadora.
Em 2017, Ledy ingressou no mestrado em Neuroengenharia do Instituto Santos Dumont (ISD), em Macaíba, na Grande Natal, onde desenvolveu um sistema de biofeedback auditivo controlado por uma palmilha vestível para melhorar o controle postural. O doutorado veio na sequência com a proposta de pesquisar sobre a utilização de algoritmos de aprendizagem de máquina para analisar o movimento de membro superior de pacientes com esclerose lateral amiotrófica, a partir de dados de eletromiografia de superfície e acelerômetro.
Nos anos de 2021 e 2022, já dentro do doutorado sanduíche, Ledy foi recebida pelo professor e pesquisador doutor Sri Krishnan e os demais alunos do laboratório como aluna visitante, na Toronto Metropolitan University, no Canadá. “Este período de trabalho rendeu muito aprendizado, trabalho apresentado em congresso e artigos científicos a serem publicados”, afirma.
Atualmente, Ledy Holanda colhe os frutos de uma vida dedicada à pesquisa e ciência e destaca a importância dos graduandos se permitirem vivenciar as experiências e oportunidades surgidas na academia. “É importante vivenciar o máximo de experiências possíveis e criar uma rede de contatos com alunos e profissionais de diversas áreas. Acredito que isso pode ampliar a visão sobre possibilidades de atuação e torná-los mais preparados para o mercado de trabalho”, completa.
FONTE: Blog da Juliska