Gabriel Fernandez, de 13 anos, mora em São Caetano do Sul e foi campeão na categoria Sênior do campeonato Pokémon Trading Card Game (TCG), conhecido como jogo de troca de cartas. Já Gabriel Torres tem apenas 11 anos e foi vice-campeão na categoria Júnior, também do TCG.
Os brasileiros Gabriel Fernandez, de 13 anos, e Gabriel Borges Torres, de 11, demonstraram que pequenos mesmo são só nas idades. Os dois representaram o Brasil no Campeonato Mundial de Pokémon e foram “grandes” na conquista: Fernandez ficou em 1º lugar na categoria Sênior e Torres em 2º lugar, na categoria Júnior, no Trading Card Game (Jogo de Troca de Cartas).
O campeonato ocorreu pela primeira vez na Ásia entre os dias 11 e 13 de agosto. Foram três dias de partidas em Yokohama, Japão, para quatro diferentes jogos: Pokémon Trading Card Game, videogame Pokémon, Pokémon GO e Pokémon UNITE.
E foi no Trading Card Game, o famoso Jogo de Trocas de Cartas, que os brasileiros se destacaram. A partida começa com os jogadores colocando as seis cartas do topo de seu deck viradas para baixo, que passam a se chamar cartas prêmio.
Ao eliminar um “Pokémon inimigo”, o jogador deverá comprar uma de suas cartas. Ganha a partida quem comprar primeiro as seis cartas viradas para baixo.
Gabriel Fernandez, morador de São Caetano do Sul, foi campeão ao derrotar o holandês Sydney de Bruijn por 2 a 0, na categoria sênior. Antes do torneio, ele havia sido campeão este ano na Regional de São Paulo e Regional do Chile. Em 2022, conquistou o primeiro lugar na Regional em Porto Alegre.
No discurso, transmitido ao vivo pelo canal do campeonato no Youtube, ele contou que começou a jogar com cinco anos de idade, agradeceu aos familiares e seu irmão mais velho Vinícius, que também compete.
A premiação para o primeiro lugar é de $ 25 mil, cerca de R$ 125 mil. Segundo as regras, jogadores com menos de 18 anos podem escolher o valor em bolsa de estudos ou cartão pré-pago Pokémon Visa.
Já Gabriel Torres, morador da capital paulista, foi vice-campeão no mesmo jogo, mas na categoria Júnior. Com apenas 11 anos, ele surpreendeu a família com a conquista, já que havia deixado de jogar por dois anos e retornou em setembro de 2022.
“Foi totalmente inesperado. Eu achava que ele iria bem, mas como foi o primeiro mundial, achava sinceramente que ele teria chances reais no próximo. Ele vinha em uma crescente, então, o ápice eu achei que seria só no próximo ano”, disse o pai de Gabriel, Raymundo Torres, ao g1.
A premiação para vice-campeão é de 15 mil dólares, cerca de R$ 75 mil. Assim como no caso de Fernandez, ele poderá escolher o valor em bolsa de estudos ou cartão pré-pago Pokémon Visa por ter menos de 18 anos.
Presente que virou paixão
Em entrevista ao g1 nesta segunda-feira (14), pai do vice-campeão Gabriel Torres contou que o filho começou a jogar cartas de Pokémon após receber presentes de aniversário ao completar 7 anos.
“Quando o Gabriel fez 7 anos, em 2019, ele ganhou vários presentes repetidos. Ao trocá-los, ele acabou pegando várias caixas de carta Pokémon. Até então era só pela beleza, colecionismo, não sabia sequer pra que serviam as cartas. Então, o namorado da minha cunhada, que já havia jogado Pokémon TCG há muitos anos, resolveu ensinar o Gabriel e ele gostou. Indicou uma loja para que ele pudesse praticar”.
Raymundo relembra que foi aí que Gabriel começou a praticar o jogo e no segundo semestre passou a frequentar os torneios que valem pontos.
“Em novembro do mesmo ano ele foi para o primeiro grande campeonato, onde começou perdendo as duas primeiras, e acabou nos surpreendendo pela primeira vez ao ganhar 5 jogos seguidos, ficando no final em 10º colocado. Foi a partir daí que percebemos que ele levava jeito para competir. Mesmo assim só levávamos ele para torneios na capital ou bem próximos, nenhuma viagem que necessitasse de hotel”.
Gabriel Torres continuou jogando até fevereiro de 2020 e parou com a chegada da pandemia de Covid-19. “Vários jogadores continuaram no online, mas ele não gostava. Então parou de jogar. Vendi todas as cartas dele após essa parada”, diz o pai.
Dois anos depois, o retorno. Em julho de 2022, Torres acabou ganhando a ajuda de custo para o mundial de Londres devido aos pontos acumulados até o início da pandemia. Ele passou a ser treinado pelo jogador master Dalton Acchetta.
Em seguida, ele participou de torneios na Austrália, Regional da América Latina em Natal (RN), Regional do Chile e, agora, mundial do Japão.
“Eu fui muito incentivado pelo meu pai a competir em diversos esportes, e sempre incentivei o Gabriel a fazer isso. Ele ama esportes e atualmente treina judô e faz natação. Já fez aulas de tênis também. O Pokémon faz muito bem para ele, pois trabalha vários aspectos, como raciocínio lógico, matemática, autocontrole, concentração, entre outros. E como ele foi diagnosticado com TDAH, percebemos que o jogo faz muito bem para ele”.
Fonte: g1