Criar roupas a partir de jeans usados, tecidos que sobram em fábricas ou peças com defeito de grandes redes varejistas. Essa é a proposta do estilista George Azevedo, 52 anos. Natural do Rio Grande do Norte, seu trabalho vem ganhando projeção pelo Brasil e já caiu nas graças de famosas como Preta Gil, Daniela Mercury e Ana Maria Braga.
“É muito gratificante ver artistas e celebridades aprovando o que eu faço. Quando vi Ana Maria Braga usando meus looks no programa dela, por exemplo, fiquei sem acreditar”, conta George em entrevista a Ecoa.
Fashion e sustentável
O designer potiguar faz o que é chamado no universo das marcas de upcycling, que consiste em reutilizar materiais que seriam descartados para criar um produto. Assim, aumenta-se o ciclo de vida útil daquele item que iria para o lixo.
O trabalho do estilista nascido na cidade de Mossoró e radicado em Natal vai ao encontro de uma questão ambiental urgente. Dados de 2020 da organização sem fins lucrativos Global Fashion Agenda, em parceria com a consultoria McKinsey, apontam que a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, ficando atrás somente da exploração de petróleo.
A organização estima que mais de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados nos últimos anos pelas empresas que atuam no mercado da moda, e esse cenário deve piorar. A projeção é de que, nos próximos oito anos, o número salte para 140 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 60%.
É para combater estatísticas como essa que George desenvolve suas peças e acredita que o ramo fashion precisa ser mais sustentável.