No período de inverno, as campanhas de doação de sangue enfrentam desafios adicionais devido à maior incidência de doenças virais e ao período de férias, fatores que afetam a disponibilidade de doadores. Segundo dados do Ministério da Saúde, durante essa época do ano, os estoques de sangue podem reduzir em até 30%, enquanto a demanda por transfusões sanguíneas permanece constante.
Segundo Daynara Paiva Vilar, biomédica mestra em Medicina Tropical e Saúde Pública e professora de Biomedicina da Estácio, além do período de baixa, diversos mitos ainda são responsáveis por desencorajar as pessoas a se tornarem doadoras. Neste cenário, é essencial conscientizar as pessoas sobre a importância vital da doação de sangue, desmistificar equívocos comuns e destacar os requisitos e benefícios para os doadores.
“Alguns equívocos comuns incluem o medo de agulhas, preocupações com a saúde e possíveis efeitos colaterais. No entanto, é essencial ressaltar que o processo de doação é muito seguro, com procedimentos de triagem rigorosos. Desde o cadastro até a coleta de sangue, cada etapa é realizada com cuidado e profissionalismo, garantindo a segurança do doador e a qualidade do sangue doado”, esclarece a docente.
A especialista também explica que, para se tornar um doador de sangue, existem critérios básicos a serem cumpridos, como idade mínima e máxima, peso adequado e condições de saúde; e salienta que existem benefícios da doação de sangue para o doador.
“Estudos científicos têm demonstrado que a doação regular de sangue pode estimular a produção de novas células sanguíneas e melhorar a saúde cardiovascular. Além disso, muitas pessoas relatam uma sensação de bem-estar e satisfação ao saber que estão contribuindo para salvar vidas por meio da doação”, argumenta.
A biomédica também explica que cada tipo de sangue desempenha um papel fundamental na assistência médica, e alguns tipos são mais raros do que outros. “É importante destacar a demanda específica por diferentes tipos de sangue e a necessidade de manter um estoque equilibrado para atender a diversas situações, como transfusões de emergência, tratamentos de doenças crônicas e procedimentos cirúrgicos. Incentivar a doação de todos os tipos sanguíneos é essencial para suprir as necessidades médicas”, indica.
A doação de sangue no período de inverno é essencial para garantir que os hospitais tenham um suprimento adequado de sangue para atender às demandas médicas. Daynara conta que ao desvendar mitos, fornece informações sobre requisitos e benefícios, e conscientizar sobre a demanda por diferentes tipos de sangue, podem incentivar mais pessoas a se tornarem doadoras e, assim, salvar vidas. “A conscientização constante é fundamental para que a doação de sangue se torne cada vez mais um costume rotineiro na vida dos brasileiros, assim nossos estoques de sangue sempre estarão abastecidos e não teremos picos de baixa como no inverno”, finaliza.
Quem pode doar
- Quem estiver em boas condições gerais de saúde;
- Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feito até os 60 anos de idade;
- Pesar mais de 50 kg;
- Estar alimentado. É importante ter feito uma alimentação saudável antes da doação, por isso evite alimentos gordurosos e, após o almoço, aguarde 2 horas para doar;
- Portar documento de identidade com foto;
- Respeitar o intervalo mínimo entre as doações;
- Para o menores de 18 anos, é necessária a presença do responsável legal;