Feita à mão e sem pressa, a DEPEDRO ganhou destaque nacional exatamente por entender que tempo é palavra-chave para uma nova ordem na moda, mais humana, consciente, autoral e afetiva. Não surpreende, portanto, que para este SPFW N56 a coleção tenha sido batizada justamente de TEMPO, trazendo para a passarela tanto o passado (representado por técnicas ancestrais como bordados, rendas e crochê) quanto o futuro, através do uso de algodão orgânico e de biopintura para tingir as peças.
Marcus Figueirêdo, diretor criativo da marca, convoca a audiência para ser corresponsável por perpetuar a ancestralidade dos saberes manuais do Nordeste e também por criar futuros possíveis e mais sustentáveis para as novas gerações. Figueirêdo mostra que a moda pode ser agente da transformação social e ambiental que o mundo pede, colocando seus consumidores como sujeitos ativos e não passivos dos desafios que enfrentamos hoje na luta pela sobrevivência do planeta e preservação da nossa cultura.
“Nesta edição vamos falar sobre o tempo, passado e futuro, trazendo questionamentos sobre sustentabilidade, meio ambiente, aquecimento global, e também fazer uma viagem ao passado com os saberes dos povos originários e seus ensinamentos”, completa o diretor criativo da DEPEDRO.
Criada no Seridó do Rio Grande do Norte em 2017, por Marcus e sua irmã, Larissa Figueirêdo, a DEPEDRO faz uma moda plural que gera impacto social e renda no sertão. Por que plural? É que ainda que possa ser definida como uma marca masculina, suas camisas bordadas, túnicas e shorts de crochê vestem todos os gêneros e corpos.
Suas criações, feitas exclusivamente de matéria-prima sustentável, buscam inspiração no regionalismo, exaltando técnicas e bordados tradicionais do sertão, como será apresentado na passarela através de 45 peças feitas com renda richelieu, renascença, bilro, crochê e patchwork, numa grande homenagem às manualidades ancestrais do Seridó.
Fonte: Blog da Gláucia Lima